Ou realistas?
24.06.2008 - 13h25 - Por Lusa
O "Eurobarómetro" da Primavera, realizado entre finais de Março e finais de Abril, revela que os portugueses são, entre os 27, os que perspectivam com mais pessimismo o que vai ser a sua situação de vida em termos gerais e a situação do agregado familiar nos próximos 12 meses, apresentando ainda dos valores mais baixos quando convidados a antever a situação de emprego e a situação económica no país. Os resultados revelam ainda uma acentuada queda da confiança dos portugueses desde a anterior consulta, no Outono de 2007.
Quando questionados sobre as expectativas relativamente à sua situação da vida em termos gerais nos próximos 12 meses, apenas 15 % dos portugueses inquiridos disseram acreditar que será melhor, o valor mais baixo da União Europeia, onde a média de respostas optimistas foi de 32 %, e muito aquém dos 35 % de portugueses que se mostravam confiantes na consulta do Outono do ano passado.
Relativamente às expectativas quanto à situação do respectivo agregado familiar, os optimistas são ainda em menor número, 11 % (também o valor mais baixo da União, onde no conjunto há 22 % de optimistas), o que representa uma queda de 21 pontos percentuais relativamente à anterior sondagem.
Valor ainda mais baixo é o de portugueses que acreditam que a situação do emprego no país vai melhorar, apenas 8 %, um resultado bem abaixo da média comunitária (21 %) mas que neste caso fica à frente da confiança manifestada por húngaros (5 %) e gregos (7 %). Neste caso, a queda relativamente ao anterior "Eurobarómetro" é ainda mais vincada, com o número de respostas optimistas a cair 28 %.
O desemprego é, por outro lado, apontado como a principal preocupação dos portugueses, já que 49 % dos inquiridos colocam-no no topo da lista (caso único entre os 27), logo seguido da subida de preços/inflação (42 %).
Por fim, questionados sobre as expectativas quando à situação económica do país nos próximos 12 meses, apenas 1 em cada 10 portugueses (10 %) acredita que vai melhorar, o terceiro valor mais baixo entre os 27 a par do Reino Unido e Grécia, e à frente da Irlanda e Finlândia (9 %) e Hungria (8 %).
Em Portugal, a consulta foi levada a cabo, pela TNS Euroteste, junto de 1001 pessoas entre 26 de Março e 24 de Abril.