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Alternativa ao petróleo : Prepara-se política de biocombustíveis Maputo, Sexta-Feira, 6 de Março de 2009O documento, cuja elaboração se encontra numa fase conclusiva, espelha aquilo que são as potencialidades do país em matérias de bio-combustíveis, procurando, deste modo, reduzir os riscos de conflitos com outras áreas de desenvolvimento agrícola, como a produção de alimentos. Notícias - A elaboração desta política segue-se a outras acções já desenvolvidas pelo Governo visando a implementação de um programa sólido de produção e uso de bio-combustíveis em Moçambique, com destaque para a preparação da legislação direccionada à introdução gradual da mistura da gasolina com o etanol e o diesel com o biodisel. Em 2007, foi elaborado um estudo de base dedicado à avaliação da viabilidade técnica, sócio-económica e ambiental dos bio-combustíveis em Moçambique, incluindo a selecção das culturas a serem usadas como matéria-prima, tendo para o efeito, sido recomendada a cana-de-açúcar para a produção do etanol e jatropha e o coco para a produção do biodisel. Intervindo ontem na sessão de abertura duma conferência internacional subordinada ao tema: “Desenvolvimento Energético em África: A opção dos Bio-combustíveis”, o Ministro da Energia, Salvador Namburete, referiu-se também ao facto de Moçambique ter avançado para o zoneamento agrário, o que permitiu a identificação de sete milhões de hectares a serem usados para os vários projectos de uso e aproveitamento de terra, incluindo os bio-combustíveis. A conferência, que decorre na capital moçambicana, junta representantes de governos africanos a nível de ministros, directores nacionais, representantes de empresas e instituições viradas para o desenvolvimento de bio-combustíveis e de organizações internacionais. O principal objectivo do encontro é a troca de experiências relativamente a assuntos relacionados com a indústria de bio-combustíveis, para além de analisar o impacto destes combustíveis nas economias de escala. Estudos recentes indicam que a produção e consumo globais de energia a nível mundial rondam os 116,8 biliões de Giga Joules, dos quais 115,7 biliões referentes a fontes fósseis e, dentre estas, a gasolina, com 48,1 biliões, o gasóleo com 53,8 biliões, o gás de petróleo liquifeito (GPL) ou gás de cozinha com 11,9 biliões, o querosene, que comporta o petróleo de iluminação e o combustível de aviação, com 3,9 biliões e os combustíveis renováveis, incluindo os biocombustíveis, tais como bioetanol e o biodiesel, com apenas 1,1 bilião de Giga Joules. Estes dados ilustram que os bio-combustíveis representam somente 0,9 % do total da energia produzida e consumida anualmente no mundo, sendo 0,8 % provenientes do bioetanol e 0,1 % proveniente do biodiesel. Para Salvador Namburete, este facto demonstra uma clara janela de oportunidades para a exploração e desenvolvimento desta fonte limpa de energia, num momento em que o mundo inteiro se confronta com o fenómeno do aquecimento global, cuja resposta requer uma interacção contínua de diversos intervenientes aos níveis local, regional e global.
E esta, heim?!?
Laboratório
Sol, EC com CNN
Uma empresa de bio-teconologia norte-americana está a produzir petróleo graças ao produto da digestão de uma bactéria. E não é um bacilo qualquer, é a perigosa bactéria E.coli.
Produzir petróleo sem ter de esperar 100 milhões de anos é um dos objectivos de cientistas desde há vários anos, e finalmente um laboratório parece ter encontrado uma luz ao fundo do túnel.
A empresa californiana de biotecnologia LS9 inc., está a produzir petróleo através de bactérias, essencialmente o perigoso bacilo E.coli, que causa várias doenças aos seres humanos, como gastroenterites.
Sendo um produto orgânico decomposto, cedo se percebeu que descobrir uma forma de acelerar o processo é a solução para tornar o petróleo uma energia renovável.
E como entram as bactérias na equação? Da forma mais simples. Os cientistas descobriram que os excrementos de algumas bactérias são uma forma simples de petróleo, gasóleo até, se bem que microscopicamente pequena também, para já. No entanto, o laboratório da Califórnia já conseguiu produzir alguns barris, o que leva a crer que poderá ser uma solução rentável no futuro.
As bactérias E.coli usadas são alimentadas com açucar de plantas e os seus excrementos, um líquido muito semelhante a gasóleo, são recolhidos depois. Um processo que tem algumas semelhanças com a milenar produção tradicional de cerveja.
Até se conseguir manter uma produção industrial contínua falta muito tempo, mas as vantagens já existem. O produto da LS9, que começou a ser desenvolvido na garagem de um dos cientistas, não contém as substâncias potencialmente cancerígenas de outros combustíveis.
E pode ser atingido sem recorrer a plantas que entrem na cadeia alimentar humana ou de animais domésticos, ao contrário do milho, por exemplo, que pode ser usado para fazer etanol mas tal pode ser eticamente incorrecto quando é a base da alimentação de populações.
A utilização de biocombustíveis (combustível de origem biológica, que pode ser obtido a partir de plantas oleaginosas, lixo orgânico, biomassa ou algas, entre outras fontes) não está a ser consensual.
À euforia inicial, por tratar-se de uma fonte de energia renovável, aparentemente com um balanço de CO2 neutro em que apenas se somavam vantagens, sucedeu-se um período de descrédito.
Sucessivas campanhas pró e contra os biocombustíveis têm deixado as suas marcas na opinião pública e mesmo a União Europeia tem dúvidas. Até à crise dos alimentos, que fez disparar o preço dos cereais, a UE pretendia que, até 2020, 10 % dos combustíveis consumidos na Europa proviessem de fontes renováveis.
Um objectivo que está a ser repensado, apesar dos recentes avanços no domínio da fabricação dos biocombustíveis, nomeadamente através do aproveitamento da biomassa. Assim podem ser utilizados papel, galhos e folhas decorrentes da poda de árvores, embalagens de cartão, etc.
Como primeira consequência, no nosso país, as fábricas portuguesas de biocombustíveis estão praticamente paradas. A Prio, do grupo Martifer, já dispõe de alguns postos de abastecimentos próprios, que lhe têm permitido escoar alguma da sua produção.
No entanto, como notam alguns especialistas, na União Europeia menos de 1 % da produção de cereais e oleaginosas tem sido utilizada para o fabrico de biocombustíveis, sendo que se prevê para este ano um aumento na produção de cereais.
Por outro lado, o Brasil, que há décadas produz etanol a partir de cana de açúcar (utilizando-o como combustível primário ou misturando-o com gasolina) tem mantido os seus fluxos normais de exportação. Isto apesar de metade da sua produção de cana-de- açúcar ser utilizada para fabricar etanol.
Sublinhe-se que qualquer veículo a diesel pode usar o biodiesel puro ou misturado em qualquer proporção com gasóleo de origem fóssil, não sendo necessária qualquer modificação nos motores.
Nos combustíveis alternativos há ainda a salientar os óleos vegetais usados. Quando lançados para a rede de esgotos provocam problemas ambientais, nomeadamente a contaminação das águas e dos solos. Mas, com algumas alterações, praticamente todos os motores diesel o podem utilizar como combustível.
Ora aí está: o que é bom deve manter-se. Nem que 99 % das pessoas sofram para que 1 % se divirta! Viva a idiotice!!!
A Ferrari aderiu aos veículos movidos a energias alternativas e reconhece a importância de ser amiga do ambiente. Esta versão bio-fuel do seu F430 Spider pretende dar resposta à onda de críticas encabeçadas por organizações ambientalistas, que condenam os construtores de automóveis desportivos por continuarem a fabricar veículos que consomem várias vezes mais do que um utilitário e emitem muito mais gases para a atmosfera do que o desejável. Mas a Ferrari, a Lamborghini e seus rivais defendem que desenvolvem uma arte que precisa de ser protegida.
Entretanto quanta gente já facturou grossos subsídios da UE à custa dos biocombustíveis?
Ideia de redução do CO2 baseou-se em modelos incorrectos
A produção de biocombustíveis a partir de terras agrícolas está afinal a contribuir para o aumento das emissões de dióxido de carbono para a atmosfera. O aumento da concentração deste gás contribui para o efeito de estufa que tem levado à subida da temperatura do planeta e à iminência de alterações climáticas e da subida do nível do mar. A ideia dominante tem sido oposta, mas um estudo publicado em Fevereiro na revista “Sicence” vem dizer que os métodos de contabilização das emissões utilizados eram parcelares.
Esta relação pode ser agora vista como surpreendente, pois a ideia contrária tem sido muito difundida, inicialmente inclusive por movimentos ambientalistas, e com as tecnologias actuais, durante a queima de biocombustíveis pelos automóveis, a emissão directa de dióxido de carbono é semelhante à da gasolina. Mas no conjunto do processo – agravado pelas alterações induzidas no uso dos solos, que contribuem também para uma maior desflorestação do planeta – o saldo acaba por ser muito mais pesado para os biocombustíveis obtidos por via agrícola (ou agrocombustíveis), a grande maioria dos actualmente utilizados.
A ideia é defendida e explicada por Timothy Searchinger, investigador na Universidade de Princeton, nos EUA, e o principal autor do artigo referido, que no início de Junho apresentou uma comunicação em Bruxelas durante a Semana Verde da Comissão Europeia, onde o PÚBLICO esteve. Searchinger argumenta que a maioria dos estudos anteriores contabilizou erradamente o carbono armazenado nas plantas durante o seu crescimento como contribuindo para a redução do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera, e que isso só por si foi decisivo para permitir a conclusão de que as emissões resultantes da utilização de biocombustíveis seriam inferiores às do uso de combustíveis fósseis.
Mas Searchinger argumenta que não faz sentido contabilizar assim as emissões de CO2. Segundo explicou, em regra a terra utilizada para as culturas que dão origem aos biocombustíveis estava antes ocupada com vegetação, como florestas, matos, pastagens ou outras culturas, que também tinha carbono sequestrado.
Isto além de outros aspectos negativos dos biocombustíveis: “São acusados por uma grande variedade de estudos de serem um importante contributo para a situação da fome no mundo”, bem como “uma importante razão” do aumento dos preços da alimentação, pelo que recomenda que a produção se concentre “em biocombustíveis que não usem terra produtiva”, disse na altura.
Mas o cenário agrava-se quando se considera também o CO2 libertado com a alteração de uso do solo devido à plantação de milho, passando as emissões resultantes a ser 93 % superiores às da gasolina – 177 g de emissões de gases com efeito de estufa por MJ (mega joule), face a 92 g no caso da gasolina (um megajoule dá para percorrer meio quilómetro com bioetanol e 400 m com gasolina, segundo investigadores portugueses).
Na sua comunicação em Bruxelas, Searchinger notou que, quando se converte floresta ou pastagens, é libertado parte do carbono armazenado na vegetação e no solo, ao ser arado. E perde-se também a sequestração da vegetação que foi convertida, bem como a das terras de colheitas que reverteriam para florestas ou pastagens se não houvesse procura de biocombustívies.
De acordo com os cálculos apresentados, o etanol produzido nos EUA a partir de milho, em vez de permitir uma redução de 20 por cento das emissões de CO2 (como tem sido divulgado), quase que as duplica durante 30 anos e aumenta os gases com efeito de estufa durante 167 anos por induzir a conversão de terreno com florestas em terreno para agricultura (ver infografia).
Searchinger reconhece que os biocombuíveis podem justificar descontar das suas emissões parte do carbono existente na matéria-prima, se as plantas que crescerem para esse fim sequestrarem mais carbono do que o que se perdeu das anteriores. No entanto, não é isso que acontece nos casos que estudou.
O problema não se põe, pelo menos com esta dimensão, em todos os biocombustíveis. O etanol produzido a partir da cana-de-açúcar no Brasil tem uma eficiência muito superior à dos exemplos referidos, estimando-se uma redução de 85 % das emissões de gases com efeito de estufa (GEE) face às da gasolina, sem contabilizar os efeitos de mudança de uso da terra.
No estudo de Searchinger diz-se que se ela implicar apenas a conversão de pastagens tropicais pode compensar essas emissões em quatro anos. Mas, se implicar a conversão de floresta tropical, o período de compensação pode subir para 45 anos. No entanto diz-se também que “a extraordinária produtividade da cana-de-açúcar brasileira merece mais análise especial no futuro” – opinião que é partilhada pelo presidente da Liga para a Protecção da Natureza, Eugénio Sequeira.
A questão da conversão de terra é fulcral porque, por exemplo, no Brasil a agricultura está a expandir-se para a Amazónia devido ao aumento global da procura de terra agrícola, induzido também pelos biocombustíveis, segundo uma reportagem da revista norte-americana “Time”, onde o assunto foi tema de capa no final de Março.
No artigo da “Time”, sob o título “O Mito da Energia Limpa”, diz-se que o etanol produzido a partir de milho, “sempre ambientalmente suspeito, revelou-se ambientalmente desastroso” e que actualmente “a desflorestação é responsável por 20 % das emissões totais de carbono”.
... um site a explorar: Biodiesel - Blog destinado a pessoas interessadas em informações sobre biodiesel. Obviamente a favor dos biocombustíveis.
Neste, 'apontar' aos textos recentes Verdades e mentiras em torno dos biocombustíveis e A grande verdade sobre a questão Biocombustiveis X Alimento.
Não deixa de ser curioso constatar que, mais uma vez, cada um só vê aquilo que quer ver...
... há fogo. A versão da inoquidade económica dos biocombustíveis, por muito boa gente apregoada, começa a cair por terra...
Relatório confidencial responsabiliza-os pela crise alimentar mundial
04.07.2008 - 11h06 PUBLICO.PT
Os biocombustíveis forçaram os preços dos alimentos a aumentar 75 % desde 2002, segundo um relatório confidencial do Banco Mundial, que os responsabiliza pela crise alimentar. O jornal britânico “The Guardian” publica hoje excertos do relatório.
O relatório, concluído em Abril mas que ainda não foi publicado, diz que o aumento dos preços da energia e dos fertilizantes foi responsável por um acréscimo de apenas 15 % nos preços dos alimentos.
Este documento, da autoria de Don Mitchell, economista sénior do Banco Mundial, contradiz a tese norte-americana de que os biocombustíveis contribuíram com menos de três por cento do aumento dos preços dos alimentos. Por isto mesmo, vários analistas acreditam que o relatório ainda não foi divulgado para evitar embaraçar a administração Bush. “Iria colocar o Banco Mundial num ‘hot-spot’ político com a Casa Branca”, comentou ontem um analista, citado pelo “The Guardian”.
Segundo o Banco Mundial, o aumento dos preços dos alimentos colocou 100 milhões de pessoas em todo o mundo abaixo do limiar de pobreza. Bush aponta o aumento da procura na Índia e China como causas do aumento dos preços. Mas o Banco Mundial não concorda. “O rápido crescimento dos rendimentos nos países desenvolvidos não originou grandes aumentos no consumo mundial de cereais e não foi um factor responsável pela grande subida dos preços”, revela o estudo. A aposta da União Europeia e dos Estados Unidos nos biocombustíveis teve, de longe, o maior impacto nos “stocks” alimentares e nos preços.
A União Europeia tem como meta dez por cento de biocombustíveis nos transportes, até 2020. Mas este objectivo está debaixo de críticas.
Biocombustíveis distorceram o mercado, diz relatório
“Sem o aumento dos biocombustíveis, os ‘stocks’ mundiais de trigo e milho não teriam registado um declínio tão acentuado e o aumento dos preços devido a outros factores teria sido moderado”, conclui o relatório, citado pelo “The Guardian”.
O relatório explica que a produção de biocombustíveis distorceu o mercado: os cereais destinados à alimentação passaram a ser usados para produzir combustível - mais de um terço do milho norte-americano é agora usado na produção de etanol - e os agricultores têm sido incentivados a dedicar solo agrícola para a produção de biocombustíveis. Além disso geraram especulação financeira no sector dos cereais.
O Governo britânico prepara-se para publicar o seu próprio relatório sobre o impacto dos biocombustíveis, o “Relatório Gallagher”.
A companhia nipónica Japan Airlines (JAL) vai realizar um voo de ensaio com um avião em que utilizará um biocombustível de algas junto do carburante habitual, informou hoje o diário "Japan Times". Esta será a primeira prova deste tipo efectuada na Ásia no início do próximo ano com um Boeing 747-300 "Jumbo", no qual um dos motores utilizará uma mistura de biocombustível, obtido à base de algas e plantas não comestíveis, junto ao combustível convencional para aviões. Nos restantes três motores do avião será utilizado o carburante habitual para aviões. Face à crise alimentar foi decidido substituir neste teste o biocombustível fabricado com arroz e outros alimentos por um criado a partir de algas e plantas não comestíveis, segundo o diário.
A companhia norte-americana Boeing assegurou que conseguiu obter a tecnologia necessária para produzir biocombustível de qualidade semelhante ao dos aviões.
Em Fevereiro, a companhia Virgin Atlantic realizou o primeiro voo do mundo efectuado parcialmente com biocombustível procedente de uma mistura de coco com azeite de babaçu, o que foi qualificado como um passo importante para o desenvolvimento de fontes renováveis de combustíveis para a aviação.
Também a companhia alemã Lufthansa se propõe atingir metas de protecção ambiental para reduzir em 25 por cento as emissões de dióxido de carbono em 2020 utilizando biocombustíveis.
(Também aqui)
A TAP aumenta hoje a sobretaxa de combustível em três euros nos voos para a Europa e em 15 euros nos voos intercontinentais, devido à "contínua escala dos preços dos combustíveis", disse fonte da companhia aérea.
Nos voos efectuados dentro da Europa (médio curso), a sobretaxa de combustível aumenta de 32 para 35 euros por percurso, com excepção das viagens para a Escandinávia, em que esta taxa aumenta para 40 euros, segundo disse à agência Lusa fonte oficial da companhia aérea. Quanto aos voos intercontinentais (longo curso), a sobretaxa de combustível passa de 110 para 125 euros.
A TAP justifica este aumento com "a contínua escala dos preços dos combustíveis" a nível mundial, de acordo com a mesma fonte. Este aumento da sobretaxa de combustível segue-se aos aumentos fixados a 15 de Janeiro, 18 de Março e 08 de Maio.
Já agora, ver os comentários n'o Insurgente.
Será que a Comissão Europeia é cega... ou há outros valores que mais alto se alevantam?
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