Sábado, 7 de Março de 2009
Missão do telescópio Kepler começa esta noite
06.03.2009 - 09h58 Ana Gerschenfeld - Se tudo correr bem, dentro de horas o novo telescópio espacial Kepler da NASA partirá de cabo Canaveral a bordo de um foguetão. A sua missão: descobrir outros "pontinhos azuis"- ou seja, planetas parecidos com o nosso que orbitem em torno de estrelas parecidas com o nosso Sol.
A anos-luz da Terra, algures na nossa galáxia, a Via Láctea, uma anónima e modesta estrela alberga um pequeno planeta, feito de continentes de pedra, oceanos de água líquida e céus azuis. Tal como a Terra, esse planeta completa uma órbita em torno do seu sol em mais ou menos um ano. Não é nem muito quente nem muito frio: tem a temperatura ideal para o desenvolvimento da vida. Quem sabe, talvez já esteja cheio de vida... O que não daríamos para o ver!
O mais provável é que isso nunca venha a acontecer - mesmo um punhado de anos-luz são milhões de quilómetros a mais para os seres humanos lá chegarem em pessoa. Mas os astrónomos acreditam que é, contudo, possível fazer algo que se aproxima disso: estudar a atmosfera de planetas como este - se é que existem -, determinar se são habitáveis e descobrir eventuais sinais da presença de vida.
É um velho sonho da Humanidade, saber se estamos ou não sozinhos no Universo. O nosso "pontinho azul", como lhe chamava o conhecido astrónomo Carl Sagan, será único, ou haverá muitos outros como ele noutros cantos da Via Láctea e até de outras galáxias? E se houver muitos outros, haverá ou não vida neles? E se houver vida neles, será vida inteligente, consciente, ou apenas vida primitiva?
O telescópio espacial Kepler da NASA, que deverá ser lançado por volta das 4h da próxima madrugada (hora de Lisboa) a partir de cabo Canaveral, na Florida, a bordo de um foguetão Delta2, é a concretização da primeira etapa indispensável na exploração desta nova fronteira. Tem por missão descobrir mais pontinhos azuis. "O Kepler é uma importante pedra angular para percebermos que tipos de planetas se formam à volta de outras estrelas", diz Debra Fischer, "caçadora" de planetas extra-solares da Universidade Estadual de São Francisco, citada num comunicado da NASA. "As suas descobertas (...) vão ser o nosso guia para conseguirmos um dia vislumbrar um pontinho azul como o nosso à volta de outra estrela da nossa galáxia."
Até à data, conhecem-se mais de 300 "exoplanetas", mas nenhum deles parece ser muito semelhante à Terra; costumam ser muito maiores e a maioria são bolas gigantes de gases incandescentes. De facto, nem o telescópio espacial Hubble nem os mais potentes telescópios terrestres seriam capazes de detectar planetas do tamanho da Terra a distâncias tão imponentes. Espera-se que as coisas mudem radicalmente com a chegada do Kepler ao espaço, que, para mais, ao contrário dos outros telescópios, se dedicará em exclusividade à pesquisa de exoplanetas (a sonda Corot, lançada pela Agência Espacial Europeia em 2006, também à procura de planetas extra-solares, é menos potente do que o Kepler e menos adequada à detecção de planetas tipo-Terra).
Olhar fixamente as estrelas
O novo telescópio, baptizado em homenagem a Johannes Kepler (1571-1630), pai da astronomia moderna, pesa uma tonelada e custou 478 milhões de euros. É basicamente composto por uma câmara digital de 95 milhões de pixéis - a mais potente de sempre a ser colocada no espaço - e de um espelho com quase um metro e meio de diâmetro. A abertura do telescópio é quase de um metro.
Colocado em órbita à volta do Sol, seguirá o rasto ao nosso planeta e ficará orientado para uma porção do céu visível do Hemisfério Norte da Terra, na direcção das constelações Cisne e Lira. Ao longo dos pelo menos três anos (pode chegar aos seis) que deverá durar a sua missão, vai realizar um gigantesco "recenseamento planetário", segundo as palavras de Jon Morse, director da divisão de Astrofísica da NASA, olhando fixamente e simultaneamente para mais de 100 mil estrelas nessa região da Via Láctea.
Para detectar exoplanetas, o Kepler utilizará o método dito dos trânsitos, que consiste em detectar pequeníssimas flutuações da radiação, "piscadelas" na luz emitida pelas estrelas, devidas à passagem de um planeta à sua frente. O Kepler é um aguçadíssimo olho no céu, como explica James Fanson, responsável da missão, no mesmo documento da NASA: "Se o Kepler olhasse para a Terra à noite a partir do espaço, seria capaz de detectar a diminuição da luz num alpendre se alguém passasse à frente da lâmpada". O que equivale ainda a ser capaz, para recorrer à imagem usada pelo New York Times, de detectar a variação de luz produzida por uma pulga a rastejar à superfície do farol de um carro. O Kepler fará observações em contínuo, sem desviar o olho dos seus alvos e sem pestanejar, e enviará para a Terra os dados recolhidos uma vez por semana.
Como os planetas que o Kepler procura devem ser parecidos com o nosso e a sua estrela parecida com o nosso Sol, isso significa, em princípio, que esses planetas demoram cerca de um ano a completar uma volta em torno da estrela. Portanto, ao longo da sua missão, o novo telescópio deverá ser capaz de confirmar várias vezes a redução periódica da luminosidade de uma dada estrela de forma a garantir que essa variação se deve à passagem de um planeta e não a algum outro fenómeno. Mas isso também quer dizer que só no fim da missão é que se saberá quantos planetas do tipo da Terra é que o Kepler encontrou.
Contudo, os responsáveis da missão têm uma ideia do número em causa. Pensam que o Kepler deverá detectar centenas de planetas de todo o tipo - muitos deles gigantes quentíssimos - e que, se de facto os pontinhos azuis forem moeda corrente na nossa galáxia, umas dezenas dos exoplanetas descobertos serão parecidas com a Terra e estarão situadas na zona "habitável" do seu respectivo sistema solar.
Umas dezenas pode parecer muito pouco, dado o número de estrelas que o telescópio irá perscrutar. Mas o facto é que, entre aquelas 100 mil estrelas e o seu eventual cortejo de planetas, nem todos se vão alinhar com o Kepler para serem "apanhados" pela objectiva. Estima-se que um tal alinhamento apenas se produza em um por cento dos casos. Muitos planetas como o nosso passarão, portanto, despercebidos, mesmo que existam.
Mas nada garante o desenlace: "Se descobrirmos que a maior parte das estrelas possui planetas como a Terra", diz William Borucki, responsável científico da missão, "isso implica que as condições que sustentam o desenvolvimento da vida poderão ser comuns na nossa galáxia. Mas se encontrarmos poucos ou nenhuns planetas destes, isso indicará que talvez estejamos sozinhos."
Espaço: Sonda norte-americana Kepler colocada em órbita
Washington, 07 Mar (Lusa) - A sonda norte-americana Kepler foi colocada em órbita com sucesso sexta-feira à noite 62 min após o seu lançamento da base militar do Cabo Canaveral, na Florida (sudeste), confirmou a Nasa. A separação do terceiro andar do foguete Delta 2 aconteceu como previsto aos 721,53 km de altitude, pouco mais de uma hora após o lançamento.O Kepler foi colocado em órbita heliocêntrica que o faz seguir a Terra em redor do sol. Nenhuma correcção suplementar de trajectória será necessária, precisou a Nasa.
Este telescópio de 1,03 ton está dotado de um espelho principal de 1,4 m de diâmetro e de uma abertura de 0,95 m. O fotómetro, aparelho que serve para medir as grandezas luminosas, está munido de um plano focal com 95 milhões de pixeis que se assume como a maior objectiva fotográfica lançada no espaço pela Nasa.
Este telescópio ultra-sensível às variações luminosas vai fotografar durante pelo menos três anos mais de 100 000 estrelas que se assemelham ao nosso Sol, mais quentes ou menos quentes, situadas na região do Cisne e da Lira da Via Láctea.
Site oficial da missão Kepler: http://kepler.nasa.gov/
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Segunda-feira, 20 de Outubro de 2008
18.10.2008 - 09h49 AFP
NASA (arquivo) |
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A missão estudará os raios cósmicos galácticos, as partículas que são um obstáculo à exploração humana do sistema solar |
A NASA (agência espacial norte-americana) vai lançar amanhã [19 de Outubro de 2008] a sonda IBEX que, durante dois anos, vai captar imagens e cartografar os misteriosos confins do nosso sistema solar onde começa, a dezenas de milhões de quilómetros da Terra, o espaço interstelar.
A IBEX (Interstellar Boundary Explorer), que será lançada entre as 18h48 e as 18h52, levará instrumentos que lhe permitirão captar imagens e criar a primeira cartografia daquela vasta zona de turbulências e de campos magnéticos.
“As regiões fronteiriças do espaço interstelar são consideradas o limite do sistema solar. São essenciais porque nos protegem da maioria dos raios galácticos mais perigosos”, explica David McComas, cientista responsável pela missão. “Sem aquelas zonas, esses raios entrariam na órbita terrestre, tornando os voos orbitais tripulados muito mais perigosos”, acrescentou.
A IBEX, com 462 quilos de peso, vai permitir compreender, pela primeira vez, o conjunto das interacções entre o nosso sistema solar e a nossa galáxia, explicou. A missão estudará ainda os raios cósmicos galácticos, as partículas que são um obstáculo à exploração humana do sistema solar, devido ao seu impacto na saúde dos astronautas.
As únicas informações de que os cientistas dispõem sobre os confins do sistema solar foram dadas pelas sondas Voyager 1 e Voyager 2, lançadas em 1977 e ainda em funcionamento. Depois de terem sobrevoado os planetas Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno, aquelas duas sondas continuam a sua odisseia, distanciando-se cada vez mais do planeta Terra. Em Dezembro de 2004, a Voyager 1 ultrapassou aquilo que os cientistas chamam de “Choque Terminal”, ou seja, a zona onde os ventos solares começam a misturar-se com os gases e poeiras do meio interstelar.
Graças a potentes antenas de comunicação no espaço, a NASA continua em contacto regular com as duas sondas que enviam dados. Mas a ligação deverá perder-se até 2020.
Walt Feimer/Goddard Space Flight Center |
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A sonda vai permitir, pela primeira vez, cartografar aquela zona de turbulências e campos magnéticos sobrepostos |
A NASA lançou ontem [2008.10.19] a pequena sonda IBEX que, nos próximos dois anos, terá por missão captar imagens e cartografar os confins misteriosos do nosso sistema solar, onde começa, a dezenas de milhares de milhões de quilómetros da Terra, o espaço interestelar.
A IBEX (Interstellar Boundary Explorer) é dotada de instrumentos capazes de captar imagens que pela primeira vez permitirão cartografar aquela zona de turbulências e campos magnéticos sobrepostos, onde as partículas dos ventos solares colidem com partículas interestelares provenientes de outras estrelas da nossa galáxia, a Via Láctea.
"As regiões fronteiriças do espaço interestelar, o limite do sistema solar, são essenciais porque nos protegem da maior parte dos raios cósmicos mais perigosos", explica David McComas, responsável científico da missão e engenheiro do Southwest Research Institute (San Antonio, Texas).
"Sem esta zona, estes raios penetrariam na órbita terrestre tornando os voos orbitais [no vaivém e na Estação Espacial Internacional] bem mais perigosos". A IBEX, com as duas câmaras de grande amplitude, vai produzir imagens que permitirão pela primeira vez compreender as interacções entre o nosso sistema solar e a nossa galáxia.
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Segunda-feira, 13 de Outubro de 2008
12.10.2008, Benoît Finck
Entre 2010 e 2015, os astronautas americanos terão de ir à boleia para a Estação Espacial Internacional. Alguns pensam que isso é um risco outros que não muda nada. Hoje parte uma nave russa com um astronauta e um turista dos EUA a bordo.
A partir do próximo ano, e até 2015, os Estados Unidos vão depender da Rússia para as missões espaciais habitadas, como a da nave russa Soyuz que hoje descolará do Cazaquistão. Para alguns, as relações políticas não têm grandes consequências nas missões espaciais; outros pensam que depender de Moscovo para continuar a ir ao espaço é preocupante.
Quando os três vaivéns espaciais pararem, em 2010, altura em que a Estação Espacial Internacional (ISS) ficará completa, os EUA ficarão sem nave espacial para transportar os seus astronautas para a ISS até 2015, ano em que a cápsula Orion deverá estar pronta a voar.
"Penso é que é muito perigoso ficarmos nesta situação", declarou em Agosto o patrão da Agência Espacial norte-americana (NASA), Michael Griffin. Faltavam então uns dias para o início da ofensiva russa na Geórgia, que provocou redobradas tensões entre Moscovo e Washington. "Aconteça o que acontecer ao Soyuz durante cinco anos, não teremos nenhum acesso à ISS, o que é muito preocupante", acrescentara Griffin.
Por causa da degradação das relações entre as duas grandes potências, vários senadores e congressistas tinham ameaçado proibir as agências federais de aprovar contratos com a Rússia. Mas no fim de Setembro, o Congresso renovou finalmente para lá de 2011 uma excepção que permite à NASA continuar a comprar os voos do Soyuz à Rússia.
Alguns membros da comunidade científica estimam por seu turno que a deterioração das relações russo-americanas não terá consequências na sólida cooperação científica que existe entre os dois países.
"Não constatámos nenhuma mudança nas relações com os nossos colegas russos", disse à AFP o director de operações da NASA em Moscovo, Joel Montalbano. "Nós fazemos trabalhos técnicos que têm a ver com física [e não com política]", acrescentou.
"Não somos políticos"
O antigo astronauta americano Owen Garriott concorda. "Não há nenhuma relação entre a política internacional e aquilo que nós fazemos", disse sexta-feira em Baikonur, onde especialistas americanos e russos participam nas operações que antecedem a partida do Soyuz.
Esta cooperação "vai continuar como previsto nos próximos anos", disse ainda Garriott. O filho do astronauta vai partir no Soyuz como turista, ao lado de um cosmonauta russo e de um astronauta americano.
Um responsável da Agência Espacial Russa defendeu também que as tensões geopolíticas não têm efeito na cooperação no espaço. "As relações profissionais e muito amistosas [entre as duas partes] vão continuar a desenvolver-se. Nós não somos políticos", garantiu este responsável operacional, Vladimir Tomchuk.
"[Durante a guerra fria], vivemos situações mais complicadas e as actividades espaciais continuaram", lembrou o porta-voz do director-geral da Agência Especial Europeia (ESA), Franco Bonacina. A ESA, que junta 17 Estados, coopera de forma estreita com as organizações espaciais fora da Europa.
AFP
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Sábado, 26 de Julho de 2008
TEMPESTADES CÓSMICAS
Publicada em 24/07/2008 às 23h09m - EFE
WASHINGTON - Cientistas americanos afirmam ter decifrado o mecanismo que gera as tempestades cósmicas que causam as auroras boreal e austral e desordenam as operações dos satélites, as redes de abastecimento elétrica e os sistemas de comunicações, segundo um relatório divulgado pela revista "Science". Os fenômenos, também chamados de subtempestades, foram nas últimas décadas uma preocupação permanente para a segurança dos astronautas.
Segundo Vassilis Angelopoulos, professor da Universidade da Califórnia, existem duas teorias que tentam explicar a origem das tempestades. Uma delas diz que o mecanismo desencadeador surge relativamente perto da Terra. Trata-se da acumulação de grandes correntes de íons carregados e elétrons ou plasma que são liberadas por uma explosiva instabilidade.
A segunda assinala que o mecanismo está mais longe e o processo é diferente. Quando duas linhas de campo magnético se aproximam devido à carga energética do sol, se chega a um limite crítico em que as linhas se reconectam e transformam a energia magnética em cinética e calor. Essa energia é liberada e produz uma aceleração dos elétrons do plasma, de acordo com a explicação dos cientistas.
Segundo Angelopoulos, pesquisador do Projeto Themis financiado pela Nasa, sua pesquisa determinou que a segunda teoria é a correta.
"Nossos dados demonstram claramente e pela primeira vez que a reconexão magnética é o fator desencadeante das tempestades cósmicas".
Themis corresponde à sigla em inglês de "História Cronológica de Eventos e Interações em Macroescala de Subtempestades".
O cientista afirma que sua pesquisa obedeceu a necessidade de prever quando ocorrem essas tempestades "para que os astronautas entrem em suas naves" e "possam desligar os sistemas dos satélites para que não sejam danificados".
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Quarta-feira, 16 de Julho de 2008
16.07.2008, Ana Gershenfeld
Yuhangyuan quer dizer astronauta em chinês. Será um yuhangyuan o primeiro humano a regressar à Lua, lá para 2020?
O espaço já não é o que era. A corrida espacial já não é uma competição em que apenas dois podiam participar, a Rússia e os Estados Unidos. Muitos outros actores estão a entrar neste jogo, e a China está a tornar-se um forte concorrente: na verdade, o próprio administrador da NASA, Michael Griffin, disse agora em entrevista à BBC on-line que "é claramente possível que, se a China quiser pôr pessoas na Lua, e se o quiser fazer antes dos Estados Unidos, pode fazê-lo com certeza. Em termos de capacidade técnica, não há qualquer dúvida de que pode".
Hoje, uma pletora de países entrou na competição pelo controlo e exploração espacial - e esta globalização do espaço, este assalto à "última fronteira" da Humanidade, ameaça seriamente retirar aos norte-americanos a liderança que até agora tinha sido sua.
Mesmo em relação ao envio de astronautas para a Lua, já em 2020 - como etapa prévia ao envio de uma missão tripulada a Marte, talvez em 2035 -, nada garante que a NASA possa conservar o avanço que conquistou há mais de 25 anos, quando o programa Apolo levou os primeiros homens ao satélite natural da Terra. Desde 1972 que nenhum ser humano voltou a pôr o pé na Lua.
Em 2003, a China tornou-se o terceiro país do mundo a colocar astronautas em órbita em redor da Terra. O primeiro yuhangyuan (astronauta em chinês) foi Yang Liwei, que permaneceu no espaço 21 horas, a bordo de uma nave Shenzhou 5.
Uma segunda missão levou dois astronautas chineses durante cinco dias para os subúrbios do planeta. O terceiro episódio desta saga chinesa, uma nova missão tripulada, está previsto para o próximo mês de Outubro.
Ainda segundo a BBC, embora as autoridades chinesas tenham exprimido dúvidas quanto a conseguirem levar uma missão tripulada até à Lua até 2020, o director da agência espacial chinesa declarou no ano passado considerar que uma missão tripulada da China à Lua era algo inevitável. Para 2013 ou 2015 está prevista uma missão de aterragem robotizada.
Confirmando a tendência para a perda de terreno dos Estados Unidos, um estudo recentemente publicado pela consultora norte-americana Futron revelou que a globalização do espaço está a acontecer ainda mais depressa do que se pensava, "ameaçando a liderança dos EUA no espaço".
Actualmente, segundo explica o jornal The Washington Post, que teve acesso ao estudo, já há seis países, para além da agência espacial europeia (ESA, da qual Portugal faz parte), com capacidade para colocar em órbita satélites e naves sofisticadas. E estão a ser projectados novos foguetões e naves para transportar astronautas - chineses, mas também russos, europeus, indianos - para a Lua.
Países colaboram entre si
Do lado das missões não tripuladas, o Japão e a Europa deverão lançar sondas para explorar o sistema solar e ir mesmo mais além. Prevê-se que a sonda europeia Exomars, nomeadamente, seja lançada em direcção a Marte já em 2013, com a missão de explorar a possibilidade de existência de vida naquele planeta de forma mais aprofundada que a sonda Phoenix da NASA, actualmente a cumprir a sua missão de três meses.
Há muitos países que estão a colaborar entre si - a Rússia e a União Europeia, Israel com o Japão e a UE (através da construção, naquele país do Médio Oriente, de um centro de lançamento de nanossatélites, salienta o Post). Mas enquanto este tipo de colaborações internacionais se intensifica, os EUA continuam relativamente isolados nos seus esforços.
Isto deve-se em particular à restrição imposta à exportação pelos EUA de tecnologias consideradas "sensíveis" pelos militares. "Ironicamente - lê-se ainda no diário norte-americano -, os esforços desenvolvidos para impedir o acesso à tecnologia espacial a potenciais inimigos têm travado a cooperação dos EUA com outras nações e limitado as vendas de equipamentos de fabrico norte--americano."
O resultado está à vista: hoje, são outros países que controlam o negócio da colocação em órbita de satélites comerciais de países como a Nigéria, o Brasil, Singapura, etc. A empresa europeia Arianespace é emblemática deste negócio florescente.
Vaivém ainda sem sucessor
Como se isto não bastasse, os vaivéns norte-americanos, os mais sofisticados transportadores espaciais em operação no mundo, vão interromper a sua actividade já em 2010, como foi recentemente anunciado. E os seus sucessores apenas deverão estar prontos em 2015, o que deixará os EUA sem acesso autónomo à estação espacial internacional (ISS, na sigla em inglês) durante cinco anos.
Interrogado pela BBC quanto ao impacto psicológico que esta perda de liderança poderá surtir no país - os norte-americanos estão habituados a serem os melhores nesta área -, Michael Griffin não se quis aventurar a responder: "Não sou psicólogo, não sei se tem ou não importância".
Mas esse perigo também está a pairar no ar.
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Sexta-feira, 27 de Junho de 2008
27.06.2008 - 17h21 Ana Gerschenfeld
As reacções são bombásticas. “É como se os cientistas da missão da Phoenix tivessem ganhado a lotaria”, diz o comunicado emitido ontem à noite pela agência espacial norte-americana NASA. “É o tipo de solo que poderíamos encontrar no nosso quintal”, declarou, em conferência de imprensa, Samuel Kouvanes, responsável pelo instrumento da sonda que acaba de realizar a primeira análise química ao solo de Marte. “Os espargos até se davam provavelmente muito bem com um solo desses”.
Para além de ser a primeira experiência de química realizada pela sonda Phoenix, é também a primeira de sempre a analisar quimicamente um solo extraterrestre. E os resultados são de facto espectaculares: o solo do pólo norte marciano (onde a sonda está há um mês) parece ser “muito ameno para a vida”, diz Kounaves.
A Phoenix é um autêntico geólogo-robô e o seu objectivo é recolher amostras de solo para determinar se, nos últimos dez milhões de anos, houve ou não em Marte condições para a existência de vida. Para isso, o braço robotizado da Phoenix recolheu uma pequena amostra e introduziu-a num dos instrumentos de bordo, o MECA (Microscopy, Electrochemistry and Conductivity Analyzer), onde o solo foi misturado com água e a lama resultante analisada “tal como um jardineiro analisa as propriedades da sua terra”, refere o New York Times. Estão previstas mais duas experiências deste tipo durante a missão, que deverá durar três meses.
Resultado: “a dois centímetros e meio de profundidade”, salienta o documento da NASA, “o solo marciano tem um pH muito básico, de entre 8 e 9 – “uma alcalinidade decididamente notável”. Também foram detectados iões de magnésio, sódio, potássio e cloro. “A presença de sais minerais constitui mais uma prova da existência de água”, diz Kounaves, aludindo ao anúncio, há dias, da descoberta de gelo pela sonda. “Também encontrámos uma série de nutrientes, ou seja de compostos químicos indispensáveis para a vida tal como a conhecemos. (...) O mais impressionante não é que Marte seja um outro mundo: é que, em muitos aspectos (...) é muito parecido com a Terra.”
Um outro instrumento da Phoenix, o TEGA (Thermal and Evolved-Gas Analyzer), um minúsculo forno, aqueceu um outro bocadinho de solo até 1000 graus Celsius – “nunca uma amostra extraterrestre tinha sido cozida a temperaturas tão altas”, diz a NASA. A análise dos resultados demorará semanas até ficar concluída, mas já se sabe, refere o diário norte-americano, que a operação libertou vapor de água. “Neste momento”, diz William Boynton, responsável pelo TEGA, “podemos dizer que, no passado, o solo esteve claramente em contacto com água. O que não sabemos é se essa interacção ocorreu no local escavado ou noutro local, sendo a seguir transportado para essa área sob forma de pó.”
Plantão | Publicada em 27/06/2008 às 12h27m
(...)
Acredita-se que o local onde a Phoenix aterrissou possa ter grandes quantidades de água abaixo da superfície.
Na semana passada, cientistas disseram que tinham certeza de que existe água no planeta. Até o momento, a sonda não detectou nenhum sinal de carbono orgânico, um outro elemento fundamental para a vida.
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Quarta-feira, 4 de Junho de 2008
O Globo on-line, 03/06/2008, 15h13m - Reuters/Brasil Online - (Reportagem de Irene Klotz)
HOUSTON (Reuters) - Após mais de um ano de treinamento e uma jornada de dois dias para chegar à Estação Espacial Internacional, a tripulação do ônibus espacial Discovery entrou em órbita e foi recebida com as seguintes palavras: "alguém chama um encanador?"
Com os problemas no único banheiro da Estação Espacial, a Nasa levou ao Discovery um novo equipamento para resolver o problema.
O banheiro da Estação Espacial, que fica no módulo russo Zvezda, recolhe dejetos sólidos, mas está tendo problemas com os líquidos.
A cada três vezes, a descarga deve ser dada manualmente, com água, o que toma 10 minutos dos tripulantes.
Enquanto o Discovery está estacionado na Estação Espacial, a 338km acima da terra, os três tripulantes e os sete astronautas visitantes terão acesso ao banheiro do ônibus espacial.
Os consertos na estação serão supervisionados pelo comandante Sergei Volkov e o engenheiro Oleg Kononenko. O trabalho deve ser feito na quarta-feira, disse a Nasa.
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Quarta-feira, 9 de Abril de 2008
Soyuz já partiu para o espaço em missão histórica
09.04.2008 Público
A nave russa Soyuz já partiu de Baikonur, no Cazaquistão, rumo ao espaço, para realizar uma missão histórica. Yi So-yeon, de 29 anos, é agora a primeira sul-coreana e a mulher mais jovem no espaço. O Governo de Seul pagou à Rússia 25 milhões de dólares para enviar o primeiro cidadão sul-coreano ao espaço.
(Veja o vídeo do lançamento no Público, na Euronews ou na RT)
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