Missão do telescópio Kepler começa esta noite
06.03.2009 - 09h58 Ana Gerschenfeld - Se tudo correr bem, dentro de horas o novo telescópio espacial Kepler da NASA partirá de cabo Canaveral a bordo de um foguetão. A sua missão: descobrir outros "pontinhos azuis"- ou seja, planetas parecidos com o nosso que orbitem em torno de estrelas parecidas com o nosso Sol.
A anos-luz da Terra, algures na nossa galáxia, a Via Láctea, uma anónima e modesta estrela alberga um pequeno planeta, feito de continentes de pedra, oceanos de água líquida e céus azuis. Tal como a Terra, esse planeta completa uma órbita em torno do seu sol em mais ou menos um ano. Não é nem muito quente nem muito frio: tem a temperatura ideal para o desenvolvimento da vida. Quem sabe, talvez já esteja cheio de vida... O que não daríamos para o ver!
O mais provável é que isso nunca venha a acontecer - mesmo um punhado de anos-luz são milhões de quilómetros a mais para os seres humanos lá chegarem em pessoa. Mas os astrónomos acreditam que é, contudo, possível fazer algo que se aproxima disso: estudar a atmosfera de planetas como este - se é que existem -, determinar se são habitáveis e descobrir eventuais sinais da presença de vida.
É um velho sonho da Humanidade, saber se estamos ou não sozinhos no Universo. O nosso "pontinho azul", como lhe chamava o conhecido astrónomo Carl Sagan, será único, ou haverá muitos outros como ele noutros cantos da Via Láctea e até de outras galáxias? E se houver muitos outros, haverá ou não vida neles? E se houver vida neles, será vida inteligente, consciente, ou apenas vida primitiva?
O telescópio espacial Kepler da NASA, que deverá ser lançado por volta das 4h da próxima madrugada (hora de Lisboa) a partir de cabo Canaveral, na Florida, a bordo de um foguetão Delta2, é a concretização da primeira etapa indispensável na exploração desta nova fronteira. Tem por missão descobrir mais pontinhos azuis. "O Kepler é uma importante pedra angular para percebermos que tipos de planetas se formam à volta de outras estrelas", diz Debra Fischer, "caçadora" de planetas extra-solares da Universidade Estadual de São Francisco, citada num comunicado da NASA. "As suas descobertas (...) vão ser o nosso guia para conseguirmos um dia vislumbrar um pontinho azul como o nosso à volta de outra estrela da nossa galáxia."
Até à data, conhecem-se mais de 300 "exoplanetas", mas nenhum deles parece ser muito semelhante à Terra; costumam ser muito maiores e a maioria são bolas gigantes de gases incandescentes. De facto, nem o telescópio espacial Hubble nem os mais potentes telescópios terrestres seriam capazes de detectar planetas do tamanho da Terra a distâncias tão imponentes. Espera-se que as coisas mudem radicalmente com a chegada do Kepler ao espaço, que, para mais, ao contrário dos outros telescópios, se dedicará em exclusividade à pesquisa de exoplanetas (a sonda Corot, lançada pela Agência Espacial Europeia em 2006, também à procura de planetas extra-solares, é menos potente do que o Kepler e menos adequada à detecção de planetas tipo-Terra).
Olhar fixamente as estrelas
O novo telescópio, baptizado em homenagem a Johannes Kepler (1571-1630), pai da astronomia moderna, pesa uma tonelada e custou 478 milhões de euros. É basicamente composto por uma câmara digital de 95 milhões de pixéis - a mais potente de sempre a ser colocada no espaço - e de um espelho com quase um metro e meio de diâmetro. A abertura do telescópio é quase de um metro.
Colocado em órbita à volta do Sol, seguirá o rasto ao nosso planeta e ficará orientado para uma porção do céu visível do Hemisfério Norte da Terra, na direcção das constelações Cisne e Lira. Ao longo dos pelo menos três anos (pode chegar aos seis) que deverá durar a sua missão, vai realizar um gigantesco "recenseamento planetário", segundo as palavras de Jon Morse, director da divisão de Astrofísica da NASA, olhando fixamente e simultaneamente para mais de 100 mil estrelas nessa região da Via Láctea.
Para detectar exoplanetas, o Kepler utilizará o método dito dos trânsitos, que consiste em detectar pequeníssimas flutuações da radiação, "piscadelas" na luz emitida pelas estrelas, devidas à passagem de um planeta à sua frente. O Kepler é um aguçadíssimo olho no céu, como explica James Fanson, responsável da missão, no mesmo documento da NASA: "Se o Kepler olhasse para a Terra à noite a partir do espaço, seria capaz de detectar a diminuição da luz num alpendre se alguém passasse à frente da lâmpada". O que equivale ainda a ser capaz, para recorrer à imagem usada pelo New York Times, de detectar a variação de luz produzida por uma pulga a rastejar à superfície do farol de um carro. O Kepler fará observações em contínuo, sem desviar o olho dos seus alvos e sem pestanejar, e enviará para a Terra os dados recolhidos uma vez por semana.
Como os planetas que o Kepler procura devem ser parecidos com o nosso e a sua estrela parecida com o nosso Sol, isso significa, em princípio, que esses planetas demoram cerca de um ano a completar uma volta em torno da estrela. Portanto, ao longo da sua missão, o novo telescópio deverá ser capaz de confirmar várias vezes a redução periódica da luminosidade de uma dada estrela de forma a garantir que essa variação se deve à passagem de um planeta e não a algum outro fenómeno. Mas isso também quer dizer que só no fim da missão é que se saberá quantos planetas do tipo da Terra é que o Kepler encontrou.
Contudo, os responsáveis da missão têm uma ideia do número em causa. Pensam que o Kepler deverá detectar centenas de planetas de todo o tipo - muitos deles gigantes quentíssimos - e que, se de facto os pontinhos azuis forem moeda corrente na nossa galáxia, umas dezenas dos exoplanetas descobertos serão parecidas com a Terra e estarão situadas na zona "habitável" do seu respectivo sistema solar.
Umas dezenas pode parecer muito pouco, dado o número de estrelas que o telescópio irá perscrutar. Mas o facto é que, entre aquelas 100 mil estrelas e o seu eventual cortejo de planetas, nem todos se vão alinhar com o Kepler para serem "apanhados" pela objectiva. Estima-se que um tal alinhamento apenas se produza em um por cento dos casos. Muitos planetas como o nosso passarão, portanto, despercebidos, mesmo que existam.
Mas nada garante o desenlace: "Se descobrirmos que a maior parte das estrelas possui planetas como a Terra", diz William Borucki, responsável científico da missão, "isso implica que as condições que sustentam o desenvolvimento da vida poderão ser comuns na nossa galáxia. Mas se encontrarmos poucos ou nenhuns planetas destes, isso indicará que talvez estejamos sozinhos."
Espaço: Sonda norte-americana Kepler colocada em órbita
O Kepler foi colocado em órbita heliocêntrica que o faz seguir a Terra em redor do sol. Nenhuma correcção suplementar de trajectória será necessária, precisou a Nasa. Este telescópio de 1,03 ton está dotado de um espelho principal de 1,4 m de diâmetro e de uma abertura de 0,95 m. O fotómetro, aparelho que serve para medir as grandezas luminosas, está munido de um plano focal com 95 milhões de pixeis que se assume como a maior objectiva fotográfica lançada no espaço pela Nasa. Este telescópio ultra-sensível às variações luminosas vai fotografar durante pelo menos três anos mais de 100 000 estrelas que se assemelham ao nosso Sol, mais quentes ou menos quentes, situadas na região do Cisne e da Lira da Via Láctea.
Site oficial da missão Kepler: http://kepler.nasa.gov/
Meteoritos podem ter estado na origem da vida
Cientistas analisaram a estrutura de um meteorito caído na Austrália e descobriram material genético que pode ser a pista-chave para explicar a origem da vida na Terra.
Elementos essenciais à emergência da vida na Terra terão vindo do espaço, afirma uma equipa internacional de investigadores que analisou a estrutura de um meteorito caído na Austrália.
Estes cientistas europeus e norte-americanos garantem ter provado que as bases azotadas (ou bases nucleicas) dos meteoritos, presentes no ADN das células vivas, vieram certamente do espaço incrustadas em meteoritos que caíram na Terra. "A análise mostra que as bases azotadas contêm uma forma de carbono pesado que não só pode formar-se no espaço. As matérias formadas na Terra apresentam uma variedade de carbono mais ligeiro", é referido num comunicado do Imperial College de Londres, instituição científica a que pertencem dois dos investigadores que participaram no estudo.
A contribuição dos meteoritos no surgimento da vida na Terra, de há muito considerada uma possibilidade, torna-se agora muito mais provável. Medindo os teores de isótopos de carbono em duas moléculas encontradas no meteorito de Murchison, caído na Austrália em 1969, os cientistas que publicarão domingo os seus resultados na revista britânica Earth and Planetary Science Letters constataram que se trata de um tipo de carbono diferente do das rochas terrestres.
Esta descoberta conforta a teoria segundo a qual "as matérias-primas necessárias à vida que foram trazidas para a Terra primitiva (há 4,5 a 3,8 mil milhões de anos) são de origem exógena", declarou à agência France Presse Zita Martins, co-autora do artigo. A investigadora acrescenta que "as condições atmosféricas na Terra primitiva não eram ideais para a síntese das bases azotadas" e daí a emergência de vida, que portanto terá começado a surgir nessa época.
Na época em que o sistema solar estava ainda em curso de formação, há cerca de quatro mil milhões de anos, os planetas eram sujeitos a um bombardeamento incessante de meteoritos. "É por isso que nós pensamos que as primeiras formas de vida adquiriram bases azotadas encontradas em fragmentos de meteoritos para as utilizar na codificação genética", permitindo assim a transmissão das suas características às gerações futuras, explica a investigadora Zita Martins.
Para o seu colega Marco Sephton, igualmente do Imperial College, a confirmação da origem extraterrestre destas moléculas nos meteoritos poderá ter implicar também vida noutros lugares para além da Terra.
O extra-terrestre indiscreto e o vídeo que todos querem ver
O norte-americano Stan Romanek garante que captou em vídeo a imagem de um extra-terrestre dentro de sua casa, no Nebraska. A única imagem divulgada até agora mostra um vulto a espreitar para dentro de uma casa através de uma janela. O caso chegou aos principais jornais e televisões e até já foram publicadas paródias no YouTube.
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