Não deixa de ser curioso (e triste) o facto de ser cada vez mais do mesmo: a não ser uma tímida hipótese de "extensão das linhas do metro" (para quando? 10 anos?) não há qualquer referência à tracção eléctrica urbana (não esquecer que Porto e Lisboa tiveram enormes redes de carros eléctricos, a primeira resumida a mera exploração turística e a segunda agora com o estatuto de "espécie fortemente ameaçada de extinção" - só gás e diesel.
Além de agravamentos e proibições.
Ambiente
Portagens diferenciadas, aumento dos corredores BUS e a introdução de mais autocarros a gás natural são apenas das medidas possíveis para melhorar a qualidade do ar na Região de Lisboa e Vale do Tejo e Região Norte. O secretário de estado do Ambiente acredita que as medidas a aplicar devem estar escolhidas até meados de 2009.
"O objectivo essencial é defender a saúde de todos nós.
Temos problemas graves de qualidade do ar no Grande Porto e na Grande Lisboa. Houve estudos feitos para as duas áreas que elencaram medidas possíveis. As entidades responsáveis por aquelas várias medidas têm que decidir quais querem adoptar", comentou hoje o secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.
Com a coordenação das Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional, as câmaras municipais, transportadoras e concessionários de auto-estradas ou pontes vão seleccionar que medidas consideram mais eficazes para que seja aprovado um Programa de Execução concreto, especificou Humberto Rosa.
No caso da introdução de portagens diferentes consoante a ocupação dos veículos, Humberto Rosa explicou que essa medida teria de ser avaliada por diferentes entidades. No cenário de esta medida ser pensada, por exemplo, para a Ponte 25 de Abril, o assunto teria de ser debatido entre o Ministério das Obras Públicas, as câmaras de Almada e Lisboa e o concessionário da ponte.
Humberto Rosa escusou-se a elencar quais as medidas mais prioritárias, embora considere que a grande maioria delas é "muito eficiente".
"Não há uma pré-decisão daquelas medidas que o Governo entenda que devem ser aplicadas, mas vejo como provável que as entidades competentes as possam vir a adoptar".
A secretária de Estado dos Transportes, Ana Paula Vitorino, assegurou hoje que a introdução de portagens diferenciadas e urbanas em Lisboa é uma medida possível, mas não é prioritária e só será utilizada em último caso.
"É possível, é uma medida que vem em qualquer manual de mobilidade sustentável. Já foi aplicada em algumas cidades, como em Londres, mas estamos numa fase em que muitas medidas existem ainda antes de ter que chegar a essa. Será só numa situação limite", afirmou.
Ana Paula Vitorino falava em conferência de imprensa no final da reunião do Conselho de Ministros, após questionada pelos jornalistas sobre uma portaria que determina a execução de medidas previstas num estudo sobre a qualidade do ar na região de Lisboa e Vale do Tejo.
A secretária de Estado disse que a introdução de portagens urbanas e diferenciadas "é o limite da actuação quando tudo o resto já falhou".
Ana Paula Vitorino referiu que os valores limite da poluição do ar foram ultrapassados na região de Lisboa e Vale do Tejo, em particular a norte, e que a principal razão foi "o excesso de utilização de viaturas particulares".
"Há outras medidas em curso para melhorar o problema, como a extensão das linhas do metro, e outras que ainda não estão em curso mas já foi dada a orientação para que se concretizem, como o aumento dos corredores BUS e a introdução de mais autocarros a gás natural", afirmou.
Quem [não] se lembra do filme(s) "O planeta dos Macacos"?
Pelos vistos a "fantasia" está mais próximo da realidade do que era suposto; além disso explica muito do que eu vejo diariamente na minha profissão...
Estudo luso-nipónico
Os alunos de Engenharia Aeronáutica da Universidade da Beira Interior (UBI) querem "ver para crer" na instalação de uma fábrica de aviões na Covilhã, que poderia pôr fim ao êxodo obrigatório de finalistas, segundo refere o Diário XXI de hoje.
Parece que há gente a querer voar mais alto do que as suas asas permitem...
Covilhã vai receber fábrica de produção de aviões ligeiros e a jacto
A empresa de aeronáutica Aleia - Indústria Aeronáutica de Portugal, uma sociedade de capitais luso-franceses, vai instalar-se com a sede social e uma linha de montagem de aeronaves em terrenos negociados com a Câmara da Covilhã, próximos do Aeródromo Municipal, que deverão crescer até 10 mil metros quadrados em 2011 – devendo depois até ultrapassar essa área.
Irá aí produzir aviões a jacto de quatro e seis lugares, integralmente concebidos, construídos e montados nesta cidade serrana a partir de 2011, quando estima alcançar um volume de negócios da ordem dos 160 milhões de euros por ano.
A formação e a especialização são palavras chave na empresa de alta tecnologia do ramo aeronáutico, com um forte impacto positivo previsto para a Covilhã.
A apresentação oficial do projecto,no qual está também envolvida a UBI - Universidade da Beira Interior, está marcada para o próximo dia 14.
Os aviões a fabricar na Covilhã deverão incluir tecnologia de última geração e utilizar um motor desenvolvido desde 2002 pela empresa francesa Price-Induction premiado pela AAAF - Association des Ingenieurs Aéronautiques Français no último ano.
(Ler as notícias completas no Diário XXI e/ou no Público).
É francamente positivo que empresas deste estilo se instalem no interior profundo do país. E que não só de MIT ele vive...
(Agora só faltam troleicarros na cidade serrana...)
Viatura da Câmara de Idanha-a-Nova já anda a óleo vegetal usado
“O Seu Óleo É Música” mostra resultados
Projecto visa alimentar os geradores do Boom Festival, em Agosto, mas há esperança que possa ser expandido a todo o distrito de Castelo Branco
Sexta-Feira, 28 de Março de 2008, Daniel Sousa e Silva
Uma carrinha de caixa aberta da Câmara de Idanha-a-Nova adaptada ao consumo duplo de gasóleo e óleo vegetal usado (OVU) foi, ontem, dada a conhecer pelo brasileiro Paulo Lenhardt, citricultor e membro do Instituto Morro da Cutia de Agroecologia (IMCA). A adaptação da viatura insere-se no projecto “O Seu Óleo É Música”, promovido pela organização do Boom Festival 2008 (dedicado à música electrónica) e município raiano, com vista a recolher OVU nas 17 freguesias do concelho para produzir a energia eléctrica no recinto do evento que se realiza em Agosto próximo.
Álvaro Rocha, presidente do município, considera que o projecto é, “de certo modo, pioneiro no Interior” e encara-o como “uma oportunidade para o nosso território”, admitindo a possibilidade de outras viaturas do município serem convertidas para a dupla utilização de combustíveis.
Para além da componente ambiental, Álvaro Rocha lembrou que “os óleos que chegam às estações de tratamento de águas residuais custam rios de dinheiro”, sendo que “uma forma de minorá-los”.
ADAPTAÇÃO “É MUITO SIMPLES”
A viatura do município idanhense foi adaptada por Paulo Lenhardt, apoiado pelo seu filho, Frederico, para a utilização de OVU como combustível e, segundo o brasileiro, o processo “é muito simples”, pois “bastam conhecimentos básicos de mecânica automóvel”. Demoraram cerca de uma semana, porque não conheciam o modelo em causa, mas no Brasil “costuma fazer-se em dois dias”. O custo da adaptação pode custar “entre 1.000 a 3.000”, dependendo da veículo.
A adaptação não altera a mecânica do motor. Utiliza-se um tanque anexo que é usado para armazenar o óleo vegetal para ser consumido no veículo. O utilizador fica com um sistema flexível, podendo optar pela utilização do gasóleo ou pelo OVU.
Lenhardt mostrou como são feitas as conexões do tanque suplementar ao motor e a forma de refinar o óleo antes de ser usado. Para o uso automotivo, O motor deve ser accionado primeiramente pelo sistema tradicional e só depois, “quando o motor está quente” é feita a troca de sistema de alimentação de combustível.
O consumo é “o mesmo” do gasóleo, só que “a vantagem é que não há praticamente custos e conseguimos retirar do meio ambiente um material danoso à natureza”, sustenta Paulo Lenhardt.
Antes de ser usado, o OVU precisa de passar por um processo de limpeza, feita através de decantação, que retira toda a salinidade existente, e de aquecimento, para deixar o material sem a presença de água.
Durante a tarde de ontem, foi ainda realizada uma recolha de OVU no Lar de Apoio a Idosos da Zebreira e uma visita às instalações de tratamento de OVU, no Estaleiro Municipal idanhense.
Expansão a todo distrito?
Jorge Fialho, porta-voz da organização do Boom Festival, espera que “a pequena vitória” do projecto em Idanha-a-Nova possa ser impulsionador da sua expansão a nível regional. “Numa perspectiva de política ambiental objectiva e sustentável, esperamos possa num futuro próximo ser amplificado a todo o distrito”, para além da área do Geoparque Naturtejo. “Seria um grande passo na valorização da natureza”, auspicia.
A organização do festival diz-se ainda disponível “para aconselhar e executar todo o processo de recolha de óleo vegetal usado, bem como na transformação e adaptação de veículos”, caso existam outras entidades interessadas.
Inventor francês teria feito a primeira gravação sonora
Descoberta em Paris antecede em duas décadas ao registro de Thomas Edison, o criador do fonógrafo
Jody Rosen, “New York Times”, 2008.03.28
Por mais de um século, desde que registrou a letra falada de “Mary had a little lamb” (Maria tinha um carneirinho) em uma folha de papel de alumínio, Thomas Edison tem sido considerado o inventor do som gravado. Mas pesquisadores americanos descobriram uma gravação, feita por um obscuro inventor francês, que antecederia em pelo menos duas décadas a criação do fonógrafo de Edison.
A descoberta foi feita por um grupo de engenheiros e historiadores musicais, que encontraram em Paris um arquivo com uma gravação de dez segundos de uma voz feminina interpretando a tradicional canção folclórica “Au Clair de la Lune”.
Segundo eles, a gravação foi feita em abril de 1860, em um fonoautógrafo, um aparelho criado não para reproduzir sons, mas para capturá-los e gravá-los visualmente.
A reprodução do arquivo encontrado, porém, se tornou possível graças ao trabalho dos pesquisadores no Laboratório Nacional Lawrence Berkeley, nos Estados Unidos.
- Trata-se de uma descoberta histórica. Essa é a primeira gravação sonora conhecida - assegura Samuel Brylawski, diretor da divisão de áudio da Biblioteca do Congresso americano.
Aparelho era considerado uma excentricidade
A identificação desse arquivo pode dar um novo valor ao fonoautógrafo, até então considerado uma excentricidade, e a seu criador, Édouard-Léon Scott de Martinville, que morreu lamentando que Thomas Edison tivesse levado todos os créditos por uma invenção que ele havia criado muito antes.
A invenção de Scott de Martinville possuía uma espécie de trombeta ligada a uma agulha rudimentar que gravava ondas sonoras em folhas de papel tingidas pela fumaça de óleo de lâmpada.
A idéia de Scott de Martinville não era reproduzir sons, mas criar um tipo de manuscrito com registros de gravações humanas que pudessem ser transcritos ou decifrados depois.
Para extrair os sons do arquivo encontrado no manuscrito de mais de um século, os pesquisadores em Berkeley usaram uma agulha virtual e scanners de alta resolução.
A gravação original será apresentada ao público hoje, na conferência anual da Association for Recorded Sound Collections, na Universidade de Stanford, na Califórnia.
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